A caminho das compras públicas sustentáveis
17/10/2012 - POR EDG.CCOUTO | INICIATIVA SUSTENTÁVEL
Na próxima semana, nos dias 26 e 27,
vai acontecer em Brasília o primeiro encontro internacional sobre contas
públicas sustentáveis. ”Faremos um levantamento do que está sendo feito nessa
área, no Brasil e no mundo. Vamos levantar desafios e soluções para entraves
que ainda existem”, explicou Ana Maria Neto, diretora do departamento de
produção e consumo sustentáveis da Secretaria de Articulação Institucional e
Cidadania Ambiental (Saic) do MMA.
Além do Brasil, participarão do evento
especialistas da Suíça, Holanda, Reino Unido, Coreia e Argentina. É um debate
de grande importância, considerando que no nosso país só as compras públicas
correspondem a até 20% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do MMA.
E vem acompanhado de outra boa notícia:
a de que o governo federal prepara um decreto para exigir um percentual
obrigatório mínimo de compra de produtos e serviços que gerem menos resíduos,
usem menos água, matérias-primas e energia em sua fabricação. Essa será uma das
propostas levadas pelo Brasil à Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento
sustentável da Organização das Nações Unidas que será realizada no Rio de
Janeiro de 13 a 22 de junho deste ano.
Colocar em prática contas públicas
sustentáveis abrange uma série de mudanças objetivas e
subjetivas. Demanda
informação dos governantes sobre quais são as opções de tecnologias
menos impactantes ao meio ambiente
em cada área – limpeza pública, construção civil, infraestrutura etc
– e da população para exigir que isso se cumpra da forma correta.
Ao contratar uma empresa de serviços de
limpeza, o órgão público deverá levar em conta, por exemplo, o uso de produtos
biodegradáveis que não deixem resíduos no solo e o respeito aos direitos dos
trabalhadores. Já ao reformar ou construir um prédio, a luz solar e a
ventilação natural devem ser aproveitadas, a energia elétrica usada da forma
mais econômica, os resíduos descartados corretamente e a reciclagem
incentivada.
A aprovação de um decreto ou de algumas
ações locais, como as dos estados de São Paulo e Minas Gerais, evidentemente
são bem-vindas. Mas sem a preocupação com a integridade dos contratos públicos,
corre-se o risco das compras continuarem sendo direcionadas – ainda que,
aparentemente, para empresas com soluções sustentáveis.
FONTE: Com EcoD
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